Com quase 60 anos – “daqui a dois meses!” –, Sílvia é o exemplo perfeito para os doentes diagnosticados com espondilite anquilosante. Os primeiros sintomas da doença apareceram há mais de 25 anos, mas só em 2011 conseguiu o diagnóstico. O facto de ser professora de Educação Física retardou eventuais problemas estruturais que advêm da doença, ainda antes de saber o que tinha. “Independentemente das dores, não parava quieta, continuava a insistir”, recorda.
Algumas atividades, como correr ou estar muito tempo em pé, ficam condicionadas. Sílvia não permite que a doença a trave, ainda que já tenha alguns problemas estruturais.
Posso fazer quase tudo, mas preciso que as minhas limitações sejam respeitadas
Pela segunda vez no Torneio EA Team, Sílvia mostra-se orgulhosa de ambas as participações, sobretudo por ser a mais velha em competição. Acredita em iniciativas como estas como uma oportunidade para alertar a população em geral, e não apenas os diagnosticados. E ressalva a importância de não se ignorarem os sinais do corpo. “Não desvalorizem as dores nas costas. Quando for recorrente, procurem um médico, procurem descobrir o porquê.”
Defende também a importância de se perceber que a espondilite anquilosante é uma doença muito incapacitante. “As pessoas têm de compreender que um doente com EA pode fazer quase tudo, desde que tenha a doença controlada, mas que necessita de compreensão e de respeito pelas suas limitações.” Sílvia destaca a importância das entidades patronais perceberem e respeitarem que, de manhã, é preciso “tempo para vencer a rigidez e conseguir funcionar o resto do dia, em atividades compatíveis com a sua condição e que não agravem o seu estado.”
A mensagem para os doentes com EA é de foco no futuro:
“Não faz sentido focar a nossa atenção naquilo que já perdemos, devemos é manter aquilo que ainda temos. Falo na primeira pessoa: a atividade física, adaptada às limitações, é o melhor remédio para a espondilite anquilosante.”